- Aquele olhar.

Não consigo mais negar, estou louca por você!
Cada vez que reúno forças dentro de mim e decido contar pra você como eu me sinto, fico completamente distraída pelos seus olhos e não consigo falar mais nada, fico apenas olhando, imaginando de uma maneira meio doida como seria incrível poder ficar olhando pra eles o dia todo e me perdendo no brilho que eles tem.
Quando consigo evitar os seus olhos, fico perdida no seu sorriso, na verdade é nas covinhas que se formam na sua bochecha quando você abre um sorriso depois de achar graça de alguma bobagem que eu falei pra puxar assunto.
Me lembro bem daquele dia no elevador, nunca gostei tanto de ficar em um lugar tão apertado com tanta gente por perto, mas pra mim parecia que só estávamos nós la dentro. Fiquei bem próxima de você, podia até sentir o cheiro de sabonete de alguém que acabou que sair do chuveiro e como sou mais baixa que você pude imaginar como seria estar sentido aquele cheiro de dentro de um abraço, ou simplesmente deitada em seu peito observando as falhas da sua barba que mesmo sendo segunda-feira estava por fazer.
Tudo isso parece coisa de maluca, mas eu lembro a primeira vez que esses olhos me tiraram do prumo. Nós estávamos em uma reunião de condomínio, a síndica estava reclamando pelo milésima da senhora do 5º andar que se recusa a descer com o cachorro pelo elevador de serviços, você virou pra trás me viu com cara de tédio e sorriu pra mim, como se concordasse com o que eu achava da reunião. Aquele sorriso fez seu olhos fecharem um pouquinho, mas mesmo assim eu fui arrebata pelo brilho que eles tinham.
Nesse momento, o que eu mais queria era ter coragem pra falar com você como me sinto, mas toda vezes que te olho minha mente entra em colapso e eu só consigo prestar atenção em seus olhos, e ai o máximo que eu consigo falar é alguma coisa bem boba que as vezes te faz sorrir e ai que eu me desmancho toda com as suas covinhas na bochecha.